17.12.08

As criança, as criança!

Num falei, Matheus? Disparado o melhor "evento de mídia" desse pandemônio todo.

10.12.08

Meu coração sentimental

Zooey Deschanel,'I Put a Spell on You'. Uma das mais ouvidas do ano.

17.11.08

Só um pouco de alegria

Next Time Around. Boa segunda procê.

29.10.08

O som de 2008: Fleet Foxes, White Winter Hymnal

Alunos da Escola Beach Boys de harmonia vocal. Depois mostro a versão animada que vale a pena.

6.10.08

Rola a bola, começa o jogo

No início do ano entrevistei o Lucas Murtinho sobre a Copa de Literatura Brasileira, que na época preparava sua segunda edição. A peleja começou há 2 semanas, vale acompanhar:

“Um prêmio é um guia que pode chamar a atenção do leitor para alguns livros.” É assim, como uma tentativa de se tornar um filtro relevante no meio da tempestade de informação da internet, que a Copa de Literatura Brasileira colhe os frutos de sua primeira edição e ajusta o time de jurados para a entrada em campo em 2008. O Gaveta foi ouvir o “crítico de fim de semana” Lucas Murtinho, capitão e cartola que aposta no bom humor da iniciativa e na participação decisiva do público – argumentado e questionando os resultados dos “jogos” – sobre as impressões e expectativas para esta competição. A bola rola no www.copadeliteratura.com .


Qual o equilíbrio ideal entre seriedade e bom humor para um prêmio literário? Nossos prêmios sofrem de uma sisudez crônica?

É puxar muito a brasa para a minha sardinha dizer que o equilíbrio ideal é o da Copa? Segue a explicação: a Copa é bastante séria quando se trata de falar dos livros em si. Cada jurado põe a cara a tapa ao assinar a resenha de um jogo, e precisa justificar bem sua escolha. O bom humor fica por conta do regulamento, do clima de campeonato e da torcida por este ou aquele livro - e das referências a futebol que os jurados volta e meia fazem. Ou seja, o humor é usado para atrair o leitor, mas quando ele chega à Copa o papo sobre literatura é sério.
Prêmios, literários ou não, no Brasil ou no exterior, costumam ser sisudos: se você quer que as pessoas te levem a sério quando você diz "eu digo que este [livro, filme, quadro, jogador de futebol] é o melhor do ano e vocês têm que acreditar em mim", é bom não rir no meio da frase. "Crônica" talvez seja exagero, mas acho que essa sisudez atrapalha um pouco. Tem muita gente que acaba mantendo os prêmios à distância, por respeito excessivo ou sincera impaciência. A Copa é uma tentativa de atenuar esse quadro.

Quais os números da edição 2007 e as expectativas para 2008 [acessos, comentários, gastos financeiros, participação das editoras]?

2007: Livros: 16. Jogos: 15. Visitantes únicos: 3000 por mês. Comentários: 800. Gastos financeiros: um pouquinho com envio de livros aos jurados. Participação das editoras: modesta mas fundamental (porque sem os livros que elas nos cederam a Copa provavelmente não teria acontecido). Diversão: muita.
Em 2008 o número de jogos vai aumentar (de 15 para 17, por causa da rodada de repescagem) e espero que o de visitantes e comentários também. Estou procurando patrocínio para poder pagar algo aos jurados e à nossa programadora visual, a Renata Miloni da revista Malagueta, que foi jurada na CLB 2007 e tem me ajudado muito, e também para fazer um pouco de publicidade sobre a Copa e atrair mais público. O número de livros não mudou, e espero que a quantidade de diversão também não mude.

Como uma premiação que se assume "abertamente injusta" pode instigar a participação e o acompanhamento do público? Todas as premiações são injustas?

Começando pela segunda pergunta, que é mais fácil: sim. Não faz sentido acreditar piamente no que um punhado de jurados diz sobre a qualidade literária de tal ou tal livro. Usar os prêmios como um guia de estrada é uma boa idéia - eu mesmo faço isso com o Booker Prize, da Inglaterra - mas é inevitável discordar de muitas decisões. Gosto pode até se discutir, mas não se transfere, e o dos jurados não é melhor ou mais correto do que o dos leitores.
O prêmio é um guia que pode chamar a atenção do leitor para alguns livros. No "abertamente injusta", importa mais o advérbio do que o adjetivo: não queremos impor nossos gostos a ninguém. Mas queremos falar desses livros, da literatura brasileira contemporânea, e convidar os leitores a tirar suas próprias conclusões - lendo.

A Copa já pode ser considerada um sucesso consolidado na internet brasileira? Foi preciso vencer a desconfiança de alguns no início?

Consolidado, não, mas espero chegar lá daqui a alguns anos. A desconfiança em relação à Copa foi surpreendentemente - quase frustrantemente - pequena. Talvez uma oposição mais furibunda tivesse levado a um grande debate sobre a Copa e a mais público para nós, mas houve apenas alguns blogueiros que acharam a idéia estranha, mal explicada ou inútil. O que, claro, é normal.

Qual o papel dessa comunidade literária virtual para o êxito da edição 2007? É possível radiografar essa comunidade?

A Copa, de certa forma, ainda é um evento conhecido basicamente por esse grupo que você chama de "comunidade literária virtual". Ou seja, a Copa deve tudo a esse grupo - e o grande desafio é fazer um prêmio totalmente baseado na Internet atravessar a fronteira virtual, o que está começando a acontecer. A radiografia, por ser a Internet esse bicho tão estranho, é muito difícil de ser feita. Vira e mexe encontro um blog legal e bem conhecido por outras pessoas do qual eu nunca tinha ouvido falar. Assim, no susto, eu escapo pela tangente dizendo que temos um pouco de tudo: escritores publicados buscando maior contato com o público, escritores não publicados que querem ser publicados, críticos de fim de semana - como eu -, jornalistas, uma divertida bagunça. Ainda sinto falta de blogs que aproveitem o espaço da Internet para escrever resenhas longas, ou até ensaios, sobre livros e literatura. Mas o que temos já dá assunto pra muita conversa.

Você acredita que a Copa tem potencial de agregar valor aos seus livros competidores, a ponto de o vencedor ter o seu título divulgado com ênfase como acontece com outros prêmios brasileiros [Jabuti, Sesc]?

A idéia é essa, né? Ao mesmo tempo, acho que esse valor que os prêmios tradicionais agregam é inflado pela fachada de imparcialidade que a Copa não tem. Se a gente mesmo diz que ser campeão da Copa não quer dizer que o livro é o melhor do ano, fica difícil convencer as editoras a usar o prêmio como argumento de venda. Mas claro que eu gostaria de ver o selo de Campeão da CLB - que já está no site do Luiz Antonio de Assis Brasil, vencedor da primeira edição e jurado da segunda - em livro.

O Brasil não tem muita tradição em "escritores-críticos", que resenham seus pares, insentos de vaidades e interesses. A copa pode mudar este quadro, revigorar/aprofundar o cenário da crítica literária brasileira em suas resenhas?

Sim, sim, sim, definitivamente sim. Quer dizer, não sei se a Copa pode mudar o quadro, mas espero que ela mude.
A desculpa normalmente é que a cena literária brasileira é muito pequena e todo mundo se conhece, então fica difícil para um escritor falar mal do livro de um colega sabendo que eles vão se cruzar na próxima festa de lançamento. Eu já acreditei nisso por um tempo, mas hoje acho que é balela: a cena literária é pequena em todo lugar - a Lionel Shriver, escritora e crítica, já escreveu um artigo sobre isso num jornal britânico. É um atalho imperdoável para quem nunca leu "Raízes do Brasil", mas essa tradição de só falar bem dos pares faz pensar imediatamente na "cordialidade" captada pelo Sérgio Buarque de Hollanda. Isso empobrece muito a conversa sobre literatura no Brasil. Espero que a Copa prove que é possível falar dos defeitos de um livro sem xingar o autor nem provocar sua ira.

E como a internet pode contribuir para o debate literário? A questão passa obrigatoriamente pela interatividade, ou igualdade entre a crítica e o público leitor?

É bom distinguir "interatividade" e "igualdade": a Copa, por exemplo, é interativa mas nem um pouco igualitária - afinal de contas, a palavra do jurado é lei. Como já disse, gosto é algo pessoal e intransferível, por isso é bom também ressaltar que a igualdade boa é a igualdade liberal, segundo a qual a opinião de uma pessoa vale tanto quanto a de outra; a igualdade democrática, segundo a qual a opinião certa é a da maioria, não faz sentido nesse contexto. Mas filosofo. Como também já disse antes, a Internet é fundamental pelo espaço que ela oferece ao escritor, seja ele um ficcionista ou um crítico. O lado ruim de tanto espaço é que há muita porcaria na Internet, mas temos vários filtros para nos ajudar. E talvez, se tudo der certo, a lista de jurados da Copa se torne um deles.

24.9.08

Sacana

esse YouTube viu? Tá aqui o endereço pro vídeo da entrevista visionáaaaaaaaaaaaaaaria da Mallu com a, Mallu: http://www.youtube.com/watch?v=JXlEu9TuTtg

22.9.08

Sacaneou

Mallu Melhor Que Maisa.

13.9.08

O som de 2008: Lykke Li, Little Bit

Mais uma loira. Mais uma sueca. Ah, a Suécia...
Crédito [mais uma vez] do Peixesbanana.

7.9.08

O som de 2008: The Ting Ting's, Great DJ

E por isso às vezes penso que o rock tem jeito.

16.7.08

Coquetel Molotov divulga programação

A equipe do Coquetel Molotov começou nesta semana a divulgar parte da programação da ediçao 2008 do festival No Ar, marcado para os dias 19 e 20 de setembro no Centro de Convenções da UFPE, em Recife. Abaixo segue o release da produção:
“Peter Bjorn and John, Shout Out Louds, Club 8 e o cantor Marcelo Camelo são algumas das atrações confirmadas para o festival No Ar Coquetel Molotov 2008, que acontece no Centro de Convenções da UFPE, no Recife entre os dias 19 e 20 de setembro. O festival apresenta ao público recifense, em primeira mão, a estréia do projeto solo de Marcelo Camelo (Los Hermanos), em palcos brasileiros.
Junto a Marcelo Camelo, o festival traz mais três novos grupos da Suécia dentro da terceira edição do projeto Invasão Sueca. A parceria do Coquetel Molotov com o Swedish Institute garantiu a vinda dos grupos Club 8 e Shout Out Louds, boas revelações do novo cenário pop sueco, e ainda a famosa banda escandinava Peter Bjorn and John, conhecida em todo o mundo pelo hit “Young Folks”. Os ingressos para o festival começam a ser vendidos antecipadamente a partir de agosto nas lojas Imaginarium, no Shopping Center Recife e Plaza Shopping, com preço promocional de R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia/estudantes).
Atrações - A carreira e o talento de Marcelo Camelo vão bem além dos microfones do Los Hermanos. Em paralelo à banda, Camelo já vinha exercitando um lado de composição diferente ao escrever músicas para a cantora Maria Rita. Com disco pronto para ser lançado em setembro, Marcelo Camelo, em sua primeira aventura solo nos palcos, vem acompanhado de integrantes do grupo paulista Hurtmold e do instrumentista Rob Mazurek para executar ao vivo as músicas de seu disco de estréia. Além do Hurtmold, Camelo contou em seu disco com a participação de Dominguinhos, Domenico Lancellotti, Mallu Magalhães e da pianista Clara Sverner.
Com nove anos de estrada e uma música que conquistou o mundo inteiro apenas com um assovio, o grupo sueco Peter Bjorn and John vem pela primeira vez ao Brasil. Também pisam pela primeira vez em solo brasileiro os conterrâneos escandinavos Club 8 e Shout Out Louds, todos representantes de um novo pop sueco que começa a ganhar força e aparecer para o mundo inteiro. O Club 8, formado por Karolina Komstedt e Johan Angergård, é uma das bandas do elogiado catálogo de artistas do selo sueco Labrador. Seu disco mais recente, “The boy who couldn’t stop dreaming”, lançado no ano passado brinca com melodias alegres e melancólicas ao mesmo tempo.
O Shout Out Louds lançou seu primeiro disco em 2003, “Howl Howl Gaff Gaff”, bastante aclamado por crítica e público na Suécia, o que garantiu um contrato com a Capitol para o relançamento do disco nos Estados Unidos em 2005. Na seqüência veio o álbum “Our Ill Wills”, lançado em 2007, que contém músicas que levaram a banda a se tornar mais conhecida pelo mundo, participando de festivais pelos EUA e Europa.
Mundialmente conhecidos pelo hit “Young Folks”, a música do assobio, que aparece em séries como Gossip Girl e no game Fifa 2008, Peter, Björn and John é uma das bandas mais queridas em todo o mundo. Com turnês realizadas em mais de vinte países e com presença nos principais festivais de música, o PBJ vem ao Recife no embalo do final da gravação do disco sucessor do aclamado “Writer’s Block”.
Programação - O festival No Ar Coquetel Molotov vai além da programação de música e shows e investe cada vez mais em um evento de caráter multimídia com debates sobre temas ligados à arte, crítica musical e cultura digital. Como parte da programação estendida do festival, o No Ar 2008 promove a mostra de filmes Play The Movie, entre os dias 15 e 18 no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco, com documentários inéditos, filmes musicais, curtas e uma apresentação audiovisual ao vivo no local.
O festival também reserva espaço no Hall do Centro de Convenções da UFPE para a já tradicional Feira Cultural com expositores de moda, artes plásticas, selos musicais e zines. A programação completa de eventos com a mostra de filmes Play The Movie e a relação completa das 16 atrações do festival deste ano será divulgada no início de agosto”.
NO AR COQUETEL MOLOTOV 2008
Marcelo Camelo, Peter Bjorn and John, Shout Out Louds, Club 8 e muito mais
Local: Recife - Centro de Convenções da UFPE
Datas: 19 e 20 de setembro de 2008
Ingressos antecipados: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)

O som de 2008 - MGMT, Kids

Detalhe pras meninas do CSS assistindo tudo do palco.

10.7.08

3.7.08

Desova - parte dois




Por dentro da árvore-mãe


Imagine-se dentro de uma floresta. Uma floresta de árvores musicais. Cada uma com galhos e folhas mais espessos que a outra. Assim pode ser retratada a música pop produzida nos Estados Unidos e na Inglaterra nos agitados anos 60. Em junho de 1967 surgiu a árvore mais frondosa que iria redefinir todo o destino da floresta. "Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band – Um ano na vida dos Beatles e amigos", do jornalista inglês Clinton Heylin traça a trajetória da mais cultuada e estudada obra da discografia dos quatro rapazes de Liverpool, os Beatles.

O autor não vê apenas a árvore-mãe, mas sim a floresta inteira, que compunha um cenário musical efervescente impulsionado por LSD (o ácido lisérgico) e experimentalismos do fim dos anos 60. O livro traça de perto os bastidores do trabalho não só dos Beatles, mas também das outras bandas que competiam para ver quem expandiria as fronteiras do que então era classificado apenas como música pop: Bob Dylan, os californianos dos Beach Boys e The Byrds e os ingleses que começavam a despontar, o Cream do jovem Eric Clapton e o Pink Floyd liderado por Sid Barret (1946 – 2006).

O livro coloca-nos dentro dessa corrida psicodélica em 1967. Vamos à Los Angeles iluminada pelos primeiros raios da contracultura e do movimento hippie; e à Londres dos estúdios de Abbey Road, onde os Fab Four entraram em novembro de 1966 para gravar o sucessor de Revolver (disco preferido do autor). O resultado? Cinco meses e mais de 700 horas de gravação depois estava erguida a obra que apesar de não ser explicitamente conceitual – o que muitos críticos afirmam até hoje – consolidou o formato de álbum de rock, o que ainda não existia numa época onde as gravadoras selecionavam e montavam os LP’s com pouca ou nenhuma participação das bandas ou artistas.

A importância do disco, segundo Clinton, está justamente no controle que a banda e o produtor George Martin exerceram sob a sua produção desde o início. Condição esta avalisada por três anos de sucesso e febre mundial ininterruptos potencializados ao máximo pela gravadora e seus executivos vorazes. A gravação de Sgt. Pepper representa o ponto de virada nessa estrutura e sinaliza uma transformação que já se esboçava desde o disco Rubber Soul, de 1965, e que na verdade continuou em curso até a separação do grupo, em 1970. Cresceram não só as cabeleiras, mas também os egos e as tensões provenientes das novas influências de cada um. Eles ainda não sabiam, mas a partir de Pepper e seu intrincado mosaico de referências – desde a capa inovadora até a catarse da última faixa, “A Day in the Life” – o sonho começava a acabar.

Musicalmente, o disco é o resultado final de todos os experimentos sonoros possíveis que um estúdio podia oferecer à época; excessos que lhe conferiram um certo ar barroco em alguns momentos e um todo desigual. “Um álbum com doze canções (uma é reprisada), algumas realmente magníficas, a maioria apenas bem composta, e uns dois tapa-buracos [...]”.

O livro contextualiza esse processo e traz a tona todas as etapas da “saga”. O início claudicante, a presença imprescindível de George Martin na direção musical, o domínio de Paul, a tristeza de um John (1940-1980) infeliz com o primeiro casamento e imerso em doses de ácido, e o crescente descontentamento de George Harrison (1943-2001) com o pouco espaço dado às suas composições. Não faltam detalhes técnicos de cada faixa, do número de instrumentos utilizados, até as datas e horários de cada gravação. O autor esforça-se em mostrar a repercussão na mídia e junto aos outros “competidores”. É interessante observar como a glorificação do disco, automaticamente rotulado como revolucionário e “o melhor de todos os tempos” pela imprensa inglesa, foi substituída pela raiva e negação do passado do movimento punk dez anos após seu lançamento, em 1977, e só no final da década de 80 teve seu prestígio recuperado, processo esse alavancado por toda a onda de relançamento do catálogo da banda para o formato CD, que chegou ao auge em 2007, no seu aniversário de 40 anos.

É nessa análise da recuperação da glória perdida pelo tempo que Clinton Heylin foca atenção em ataques desnecessários a outros jornalistas e críticos musicais, além de detonar a maioria das famigeradas listas de melhores álbuns de todos os tempos, que proliferaram na virada do século e laureavam Sgt. Pepper por qualidades sonoras que o autor afirma não estarem condensadas no disco. Heylin é categórico ao afirmar que o excesso de idéias e conceitos foi determinante para que este não seja considerado o disco primordial dos Beatles. O seu mérito, inegável, está em condensar numa ousadia orquestral e no clima enigmático de suas letras toda a avalanche de transformações não só na musica popular, mas na cultura mundial como um todo. Paul McCartney, em depoimento relatado no livro, reverbera a teoria do “lugar certo na hora certa” do disco. “Em termos de relevância, é impossível continuar a fazer Pepper a vida toda. Ele tocou as notas certas, na época certa. Era estranho, esquisito e imensamente popular. Mais do que marcar, foi o álbum que sintetizou uma época. Pepper era algo de uma inevitabilidade absoluta. Tinha de acontecer. A mentalidade vitoriana dentro da qual fomos criados não podia dar em outra coisa senão nessa festa.”

1.7.08

Desova - parte um

Entrevista com Cecília Giannetti publicada nos extertores de 2007 no Gaveta e no jornal.

***

Qual a sensação de levar o primeiro romance recém-saído do forno para a Flip desse ano? Qual sua avaliação do evento?
Adoro a Flip, é minha festa literária preferida. Lá posso ver quase todo mundo de quem gosto, com quem me comunico às vezes apenas por e-mail ao longo do ano, gente de outros estados, regiões, além de fazer amigos novos. Esse ano foi premiadíssimo quanto a isso. A festa propicia, mais que aprendizado e uma programação frenética com grandes autores, um encontro incrível. É pelo encontro que escrevemos, pensava o Sabino, fazendo coro com o Hélio Pellegrino. Escrevemos para o Encontro.
Ter sido convidada foi uma surpresa muito boa. Sentir que acreditaram num romance de estréia, isso me ajudou a aceitar melhor que tinha finalmente terminado de escrever aquele livro. E que estava na hora de começar a escrever o próximo, que será sobre Berlim. Foi muito bom poder conversar com o público durante e depois da minha mesa. Tem pessoas que me escrevem até hoje, enviando suas impressões sobre o livro e contando que o indicaram a amigos. É muito mais do que qualquer resenha em jornal ou revista pode fazer por você. Só esse contato direto com o leitor me tranquiliza em relação ao que escrevi. Sei que o autor tem que ser menos frágil que isso, ou menos fingir que é absolutamente seguro de tudo que escreve, mas às vezes um feedback é necessário, e eu tenho recebido esse feedback dos leitores. Quem mais importa? Faço questão de dar meus contatos: www.escrevescreve.blogger.com.br
Você ainda tem paciência para discussões sobre literatura digital/de internet?
Tenho. Evou ter até que a discussão acabe, porque vai, finalmente, ser aceita como a excrescência que é: Acabo de publicar um livro, pela Ediouro/Agir, “Lugares que não conheço, pessoas que nunca vi”, um romance que não é feito de posts de blog. Parece que saiu uma matéria na Entrelivros mesmo, que mencionava o título entre outros escritos por mulheres, mas se concetrava no sexo das autoras, não na obra.
Às respostas (o primeiro parágrafo, em que falamos de um objeto, que é um livro e nãoum blog, já conta como uma):
Apesar de não existir literatura on-line, literatura de internet ou literatura de blog, o assunto é recorrente. Existem blogs literários; existem sites jornalísticos dedicados à literatura (como o www.portalliteral.com.br, que edito); listas de discussão e fóruns on-line em que os usuários trocam opiniões sobre seus textos de ficção em críticas informais.
Há ainda iniciativas como a da editora inglesa Penguin Books, que lançou o blog A Million Penguins, no qual cada usuário cadastrado podia escrever um capítulo ou pedaço dele, e também reescrever partes desenvolvidas por outros usuários, resultando numa história totalmente criada pelos internautas. Mas não existe uma “linguagem de literatura de internet”. Pode existir, por exemplo, uma história que se desenvolve por meio de trocas de e-mails. Mas não passa de um romance epistolar ambientado no século 21. Ficções curtas em posts podem ser publicadas em papel, permanecendo como ficções curtas, sem qualquer prejuízo em relação ao original. E continuará não existindo a tal da literatura de blog. Não faço literatura digital. Não existe isso.
Por enquanto, o que existe é a internet como caminho para o escritor chegar ao leitor, às vezes antes que possa publicar em papel. Há dez anos, um autor jovem, desconhecido, não tinha meia dúzia de leitores fora de seu círculo de amizades. Hoje, se o que se produz on-line é interessante, em pouco tempo seu blog ganha pencas de leitores. Ou ao menos mais do que meia dúzia deles. E tudo isso antes que tenha um livro lançado.
Por outro lado, a web não encurta o caminho até a publicação – maioria dos editores não tem o hábito de fuçar blogs literários em busca de autores novos. Não existe a literatura on-line como genêro. Não existirá até que surjam histórias na web impossíveis de serem contadas no suporte livro – sob o risco de, impressas, virarem outra coisa que não é absolutamente o que se propunham ser na internet. Aí, caso se reconheça e popularize essa ocorrência extraordinária de literatura intransponível para o papel, valerá debater o surgimento de um novo nicho.
Qual o seu processo de trabalho para escrever as crônicas da Folha? Pesquisa o noticiário da semana?
Eu leio o noticiário mas não me prendo a ele. Justamente para não repeti-lo. Comento brevemente alguma coisa ou outra – como foi o caso do filme “Tropa de Elite”, um assunto que com certeza já cansou o público – mas comento em passant e com humor, como introdução cômica a alguma crônica mais leve. Uso a crônica leve quando percebo que o leitor tá de saco cheio de ler a mesma coisa em todas as seções de todos os jornais. Eu mesma já falei demais de violência e ações do BOPE no Rio de Janeiro antes do “tropa” ser pirateado. Então, pra mim, por exemplo, esse assunto já deu. No caso do acidente da Tam, a crônica foi martelada, doída, dolorosa. Todo mundo se sentia como eu, tive essa impressão pelos e-mails que recebi (e olha que meu e-mail não sai publicado na coluna). A coluna dizia que nós não existimos. Somos invisíveis. Somos nada. Porque, se algo desse porte acontece, e não há consequências, e os motivos são tão intrísecos quanto banais, e tanta gente morre, só posso concluir que não estamos aqui. Ninguém nos vê. A resposta a esse tipo de coluna é fantástica. Fico me sentido tão bem que penso em largar a análise. E aí acontece mais uma merda no país, de fazer tirar a calça pela cabeça, e eu volto pra análise de novo. E pras crônicas mais passionais.
Sua próxima publicação sairá sob o selo do projeto Amores Expressos. Berlim foi escolha sua? Quando sai o livro?
Comecei a escrever, se chama “Café Natal” e se passa em Berlim. Faz parte do projeto Amores expressos, coordenado pelo escritor João Paulo Cuenca e pelo editor e produtor Rodrigo Teixeira. Os autores não escolheram seus destinos. Berlim foi idéia do João. O livro sai quando estiver pronto. Tenho pavor de pressão. E quanto mais um editor me cobra, mais distante do livro me sinto. Gosto que me deixem quieta com ele. O blog do livro é http://blogdaceciliagiannetti.blogspot.com
E aproveito pra esclarecer uma bobagem: o projeto não recebeu qualquer verba da Lei de Incentivo, ao contrário do que aquela revista que costuma nos pregar peças (todos sabem que falo da Veja) e um escritor paulista que só fala de ereções mal-sucedidas alardearam na época. Recebemos dinheiro bom, de empresários que acreditam no projeto. É isso. Ninguém usou dinheiro do governo para viajar a outros países, pesquisar e escrever sobre eles.
Você costuma dar ouvidos aos críticos?
Que críticos?
E aos fãs?
Converso com leitores por internet, sempre que tenho um tempinho respondo os e-mails. É uma alegria. Sou lida. Que mais posso querer?
Qual a importância de um autor novo se mostrar, expor sua obra, ir a eventos e dar entrevistas?
Justamente o contato com o leitor. Quem me lê me conhece em parte. Quem conversa comigo pode conhecer mais um pouco. Quem acaba se tornando amigo, conhece outro lado. E por aí vai. Muitas amizades começam a partir dessa exposição. Eu sou interessada em amizades.
O que te dá tesão em escrever?
Discrepância, ruído, fios trocados, comunicação truncada, dúvidas, meus amigos, viagens, todas as dificuldades que a gente pode encontrar em todo tipo de relacionamento, animais, tempo. Quando eu tenho tempo, leio, e escrevo melhor.
Você já fez fanzine?
Já fiz fanzines, um deles se chamava Cliquè e foi – falta de modéstia – importante na época porque mudou design completamente, e a maneira como fazíamos as esntrevistas era bem louca. O designer do projeto fez meu livro, capa e ilustrações, e hoje atua em outros trabalhos, com a abertura d’A pedra do reino, assim como o livro do Suassuna ligado à minissérie e a exposição.
Cite três livros fundamentais na sua formação literária.
Sendo absolutamente sincera e sabendo que pouco ou nada disso reflete explicitamente no que escrevo, ainda: Franny & Zooey, Paris é uma festa, Complexo de Portnoy. Para ser mais que sincera, Salinger inteiro, Dorothy Parker, todo o ciclo vicioso do Algonquin nos anos 20, biografias e aquela merda toda, Hunter S. Thompsom, Jane Austen, Henry James, MACHADÃO, Lima Barreto, W. H. Auden. Não sou muito ilustrada ainda. Espero ter mais tempo para ler.

12.5.08

A matriz

Elliott Smith, "Needle In the Hay";

o filme;

e a releitura.

6.5.08

Acharam o padre

Finalmente descubriam o paradeiro do fantástico padre baloeiro, confere só.

5.5.08

A ciência da linkagem

Aproveitando que o blog deu no jornal, faço uma reforma há tempos adiada e necessária. Nada de revolucionário. Uma arejada, umas cores aqui, uma padronização ali, uma fonte acolá. E a categorização dos links. Por que aqui - cores, letras, vírgulas - absolutamente tudo passa uma informação, um valor agregado. Aí à direita estão meus "filtros". Aos poucos incremento, modifico e testo formatos. Talvez sejam sinais de que esse blog teima em ser levado a sério.

Feist no busão

A moça mais doce, pra começar bem a semana.

17.4.08

A Chan no filme

My Blueberry Nights, ou Beijo Roubado, de Wong Kar Wai. Breve por aqui.

10.4.08

Épico

Ah não dá pra parar de colocar vídeos por aqui. Não cobre letras onde a imagem já basta. Nem vem que não tem.
Em agosto nos cinemas.

8.4.08

Editors, versão R.E.M

People are fragile things, you should know by now
Be careful what you put them through

5.4.08

texto novo no Depósito de idéias

Que filme é personagem do texto?

Questão ululante

Por que será que recebi a Piauí de abril, se a assinatura acabou em fevereiro e não foi renovada?

Markenting?

Presente de aniversário atrasado?

Lapso temporal [looooooooooooooooooooooost]?

E o pior - ou melhor - é que a edição tá boa. Se for engano, acho que não vou avisar.

24.3.08

Mofo

Taí, achei que iria demorar pra chegar ao ponto de esquecer um texto medíocre nos escombros dos meus arquivos. Esse que segue seria pra sequência de um projeto impresso que não vingou. Talvez melhor não ter lembrado, talvez. Se me lembro bem, a idéia era transmitir o enfado de uma rotina qualquer, num texto, portanto, enfadonho de se ler. Deus, como alguém pode ter uma idéia dessas e achar crível? Como distanciamento nunca foi matéria forte por aqui, deu nisso:


***


Acordar. Desistir. Acordar. Desistir de novo. Levantar. Tropeçar até o banheiro. Lavar o rosto, escovar os dentes. Desistir do banho, água muito fria. Vestir a calça de ontem, a camisa menos fedida, os tênis de couro, porque não pára de chover. Duas gotas de perfume, o creme para as espinhas. Sai correndo. Volta, pega as chaves. Agora sim, atrasado.

Ônibus parado, corre. Ônibus saindo, corre mais. Alcança o ônibus lotado, se espreme até o Centro. O Centro sujo. Chega atrasado, a meia hora de sempre. Vai até sua sala. O pessoal de sempre, o bom-dia mecânico. Olha os jornais, aquela olhada mecânica. Checa os e-mails, faz dois telefonemas, deixa recados, recebe recados, anota recados. Escreve um texto, nota besta. Assim, mecanicamente. Manda o texto via internet. Agora só faltam as fotos.

Faz as fotos, coisa pequena e sem importância. Envia as fotos. Tudo on-line. Meio do expediente, ainda. Pega o livro velho, sempre um livro na bolsa. Ajuda, e muito, nessas horas. Lê, lê, lê muito, como se fosse a última coisa que lhe restasse. Dá resultado. Meio-dia. Fim do expediente. Vai embora. E vai correndo, pra variar. Mais um ônibus cheio, pra variar. Agora é um calor inconcebível. Faculdade lá na casa do cacete. Chega já querendo sair.

Come um troço gorduroso. Fuma um cigarro. Joga conversa fora. Se arrasta até a sala da Aula Chata. A aula do Professor Horrendo. Fica meia hora, vai dar uma mijada, fumar outro cigarro, fazer uma ligação. Volta pra sala. Mais uma hora de tortura e piadas ridículas do Professor Horrendo. Vai embora correndo, fugindo, papeando com os amigos, ou com quem está por perto.

Pragueja mais uma vez contra o transporte público municipal. Pragueja contra essa vida besta. Volta pra casa, cansado de não fazer nada. Perde mais tempo na rua com as coisas desimportantes do que fazendo algo que verdadeiramente curta.

Chega em casa morto de fome. Limpa a geladeira. Liga a TV. Se refestela. Tenta folhear uma revista da pilha que cresce assustadoramente ao lado cama. Não dá, as letras se embaralham e formam desenhos obscenos que invadem sua mente torpe. Aquele filme bacana daqui a 15 minutos, vai dar pra ver sim. Cai no sono. Acorda duas horas depois. Cambaleia até o quarto, se joga na cama. Cansado de não-se-sabe-o-quê. Se reconhece um garoto mimado reclamão. "Vai viver, seu trouxa!", pensa. Não dá, muito sono. Prisão confortável essa.

Amanhã?

17.3.08

Mestres

Otto Lara Resende e Nelson Rodrigues.
Deleite-se.

Parte 2

Parte 3

6.3.08

Abril Pro Rock: programação

Dá uma olhada na programação da edição 16 do APR. O dia 12 tem tudo pra ser incrível. A escalação é quase irretocável, em que se pese a dificuldade de compor elenco num evento desse tipo em Recife, onde todos os nomes relevantes vão; principalmente logo depois do carnaval, onde todos os nomes relevantes que vão tocam de graça.

11/04, sexta-feira, a partir de 21h:
- Banda escolhida em concurso - Palco 3
- The Sinks (RN) - Palco 3
- Project 666 (PE) - Palco 2
- Mukeka di Rato (ES) - Palco 1
- Zumbis do Espaço (SP) - Palco 2
- The New York Dolls (EUA) - Palco 1
- Vamoz! (PE) - Palco 2
- Bad Brains (EUA) - Palco 1

12/04, sábado, a partir de 17h:
- Banda escolhida em concurso - Palco 3
- Erro de Transmissão (PE) - Palco 3
- Sweet Fanny Adams (PE) - Palco 2
- Barbiekill (RN) - Palco 3
- Autoramas (RJ) - Palco 1
- Violins (GO) - Palco 2
- Céu (SP) - Palco 1
- Vítor Araújo (PE) - Palco 2
- Wander Wildner (RS) - Palco 1
- Rockassetes (SE) - Palco 2
- Júpiter Maçã (RS) - Palco 1
- Superguidis (RS) - Palco 2
- The Datsuns (Nova Zelândia) - Palco 1
- Pata de Elefante (RS) - Palco 2
- Lobão (RJ) - Palco 1

27/04, domingo, a partir de 20h:
- Gamma Ray (Alemanha) - Palco 1
- Helloween (Alemanha) - Palco 1

ABRIL PRO ROCK 2008
Quando: 11, 12 e 27/04
Onde: Chevrolet Hall (Recife)
Quanto: De R$ 30 a R$ 50 (11 e 12) e de R$ 50 a R$ 80 (27)
Informações: Site oficial do APR

11.2.08

Achei

Agora sim, para "ilustrar" o texto abaixo veja este
vídeo.

E ela conseguiu

A piada do ano: a indústria de joelhos, implorando para que Miss Amy Winehouse use sua melhor maquiagem, vista seu melhor tubinho preto, afie a coregrafia ensandecida com seus backing’s e vá ao palco – mesmo sem visto – cantar uma verdade que ela própria transformou em mentira. Amy se salvou ao ir para a rehab, sim sim sim. E pode aleijar esse texto até a próxima recaída, afinal, quem detém a razão?

O que ela disse é que sua arte - real, fake, oportunista, crua, e na verdade tudo isso não importa muito – é imortal e precisava da ocasião como uma cerimônia de perpetuação. Como um “ok Amy, pode ter sua overdose e morrer no ostracismo, como uma caricatura pós-moderna, já temos seu registro defenitivo.”

E nossa, como ela sabia disso. Uma artista por uma noite consciente do seu papel no circo pop. Flor na cabeça, fez cara, boca, fingiu e se surpreendeu consigo mesma. Entrou para a série dos retornos triunfais, como o de Elvis no mesmo Grammy, há 40 anos; como a própria Piaf em 1960; e como Britney ainda não conseguiu. No final das contas, juras de amor pro marido que continua preso, abraço dos pais e prêmio de gravação do ano pra Rehab, porque ela foi.

7.2.08

Peter Bjorn & John em Recife

No Coquetel Molotov, em setembro, dentro do projeto Invasão Sueca. A chance é grande, segundo o IgPop.

Não conheçe? então vai.

5.2.08

texto novo no Depósito de idéias

minhas mulheres esparramadas pela cama.
não, não querem minha presença.
fui supérfluo,
acordei embolorado.

1.2.08

Bonecas Russas

Eu amo o que não é perfeito.

20.1.08

(se tudo não explodir antes)

Leiam Roberto Piva, o anarquista mais poeta que conheço.

Uma introdução:
http://www.revista.agulha.nom.br/ag38piva.htm

Uma entrevista:
http://www.germinaliteratura.com.br/literatura_out05_robertopiva1.htm

Um poema:

quero dividir com você a ventania a morte
& as flores do pessegueiro.
sinistras aves de rapina.
fontes de mel. pequena cidade do
interior donde você brota como
Amor-Perfeito.
imensa & delicada adolescência.
tambores dos quintais & do riacho
nas asas dos anjos da Memória.

Uma frase:
"Só acredito num deus que saiba beber."

18.1.08

Anote este nome:

Carol Bensimon:



amy winehouse.
Se meu sobrenome fosse Casa de Vinhos, eu também me drogaria.

8.1.08

Foi o cão

Deu na Folha:

Jeremias vai à Justiça após aparecer bêbado no YouTube
LUISA ALCANTARA E SILVA, DA REDAÇÃO

O pernambucano Jeremias José do Nascimento, famoso depois que uma reportagem "protagonizada" por ele - em que dava entrevista embriagado - foi parar no YouTube, está processando oito empresas de comunicação, o buscador Google (dono do YouTube), duas pessoas físicas e uma loja de camisetas. O vídeo virou um dos hits do site.Ele alega ter sofrido danos morais. Em um programa transmitido pela TV Jornal Caruaru (afiliada do SBT), o repórter fala com Jeremias, levado à delegacia por dirigir uma moto alcoolizado. A conclusão inicial do Tribunal de Justiça de Pernambuco, de agosto, foi que a "exploração da imagem do autor passou a ter caráter mercantilista" e pede que os denunciados não utilizem mais as imagens, sob pena de multa diária de até R$ 10 mil.Para o advogado Manoel Affonso Ferreira, especialista em direito jornalístico, não há motivo para a ação. "Se falou espontaneamente, não há razão para tal."A TV Jornal Caruaru contesta a ação, dizendo que a reportagem foi gerada por terceiros. O Google afirmou que ainda não foi notificado.
.
.
.
Ah tá. Que tal surgir agora uma "Fundação Jeremias - aqui o cão bebe junto com você" hein, hein?

7.1.08

agora vou cometer um poema panfletário:

guarde o velho

saque o novo

leia um livro útil


esqueça os cânones

sacrifique o sagrado

dignifique o novo

deixe o que passou no passado


leia o novo

potencialize o utilizável

a literatura celta do séc. XVII não presica do seu esforço

não acorde o dragão


esqueça os críticos

esqueça as teorias

esqueça as regras

destrua os panteões

derrube a dinastia

ouça o novo

cale o velho


LEIA LIVROS ÚTEIS

5.1.08

todos os dias 5, 15 e 25

Desde a última terça-feira está no ar o Depósito de idéias, blog coletivo para o qual fui convidado e faço gosto. Cercado de gente interessante por lá. Visitem, conheçam, manifestem-se.

3.1.08

Luz no fim do túnel. Que túnel?

Presente de fim de ano: R$ 1.350 milhão para cultura
Roberto Amorim
Fonte: tudonahora.com.br

A boa notícia de fim de ano ainda não se espalhou no circuito cultural da cidade. Pouca gente sabe que no dia 15 deste mês os 21vereadores da Câmara Municipal de Maceió aprovaram a nova Lei de Incentivo à Cultura. O prefeito já sancionou e o próximo passo é formular e publicar no diário oficial do município o decreto de regulamentação da tão esperada lei.

A estimativa da Fundação Municipal de Ação Cultural é que em março do próximo ano tudo esteja pronto e sejam lançados os primeiros editais para qualificação dos projetos. Na prática, a lei vai injetar, em 2008, R$ 1.350 milhão através de renúncia fiscal do ISS, na produção, realização e circulação de bens culturais.

“Temos total apoio do prefeito, da procuradoria do município e da secretaria de Finanças. Do jeito que foi amplamente discutida e coletivamente elaborada, nada pode impedir o funcionamento da lei aprovada por unanimidade pela Câmara com discursos calorosos. É uma grande vitória para cultura de Maceió”, comemora Marcial Lima, presidente, desde 2005, da fundação responsável pelo estímulo à cultura produzida na cidade.

O raio de alcance da lei é vasto e chega a praticamente todas as manifestações artísticas. No leque estão artes cênicas (teatro, dança, circo), audiovisual (cinema, vídeo, fotografia, sistemas de radiodifusão e televisão comunitárias), artes visuais (plásticas, gráficas, filatelia), literatura, cultura popular, música e patrimônio (histórico, cultural, arquitetônico e arqueológico).

Certificado

A nova lei, chamada oficialmente de Programa Municipal de Apoio à Cultura, traz novos mecanismos de defesa para evitar que morra na praia como a nascida em 1977. Um dos pontos-chave é a criação de duas subcomissões para análise e escolha dos projetos que receberão o certificado autorizando a captação de recursos.

A primeira, formada por técnicos da secretaria de Finanças, levará em consideração “o caráter estritamente técnico, verificando a conformidade do projeto com os requisitos técnicos e de habilitação exigidos no Edital Convocatório”.

Em seguida, os projetos pré-qualificados serão encaminhados à subcomissão cultural formada por três membros indicados pelo presidente da FMAC e de notório saber na área específica.

Para evitar julgamentos puramente subjetivos, foram instituídos critérios de avaliação, como a democratização do acesso ao bem cultural, incentivo a formação artística e proteção das expressões culturais. Os prazos e formas de prestação de contas também estão mais rígidos.

Fundo

O mesmo decreto de lei também criou o Fundo Municipal de Incentivo à Cultura que, segundo Marcial Lima, já nasce com R$ 500 mil garantidos no orçamento de 2008 para projetos culturais apresentados por “órgãos ou entidades, públicas ou privadas, sem fins lucrativos, ligadas à cultura, ou por pessoas físicas, instaladas ou domiciliares em Maceió há pelo menos dois anos e que, comprovadamente, venham realizando trabalhos ligados à cultura”.

.
.
.


Pois bem, toda a polêmica estará centrada nessa malfadada "subcomissão cultural". Com certeza não perdemos por esperar o "notório saber" dos digníssimos jurados. Conchavos, panelinhas, futricas e disse que disse. Vide a famigerada e imoral Bolsa de Criação Literária da FUNARTE. Aguardem as cenas dos próximos capítulos. Sinal amarelo desde já.

1.1.08

Suco de amendoim

sonhei que meus dentes caíam,

quando o céu era noite

e o mar era dia.